domingo, 12 de junho de 2011

ah!!!! o amor.... aos enamorad@s.....

Bem, não é porque eu não tenho namorado, neste momento, que vou me isentar de deixar para vocês um dos textos que considero mais belos, quanto o assunto é o amor. Por Olavo Bilac, do livro Poesias, A Alvorada do Amor. Espero que curtam, xeros adocicados....


Um horror grande e mudo, um silêncio profundo
No dia do pecado amortalhava o mundo
E Adão, vendo fechar-se a porta do Éden, vendo
Que Eva olhava o deserto e hesitava tremendo, disse:

“Chega-te a mim! Entra no meu amor,
E à minha carne entrega a tua carne em flor!
E aprende a amar o amor, renovando o pecado!
Abençôo o teu crime, acolho o teu desgosto,
Bebo-te, de uma a uma, as lágrimas do rosto!

Vê, tudo nos repele! A toda criação
Sacode o mesmo horror e a mesma indignação...
A cólera de Deus torce as árvores, cresta
Como um tufão de fogo o seio da floresta
Abre a terra em vulcões, encrespa a água dos rios;
As estrelas estão cheias de calefrios
Ringe noturno o mar, turva-se hediondo o céu...

Vamos! Que importa Deus?! Desata, como um véu,
Sobre a tua nudez a cabeleira! Vamos!
Arda em chamas o chão, rasguen-te a pele os ramos,
Morda-te o corpo o sol, injurien-te os ninhos;
Surjam feras a uivar de todos os caminhos;
E, vendo-te a sangrar pelas urzes através
Se emaranhem no chão as serpentes aos teus pés...
Que importa? O amor, botão apenas entreaberto
Ilumina o degredo e perfuma o deserto!

Amo-te! Sou feliz! Porque do Éden perdido levo tudo
Levando teu corpo querido!

Pode, em redor de ti, tudo se aniquilar
-Tudo renascerá cantando ao teu olhar
Tudo, marés e céus, árvores e montanhas
Porque a vida perpétua arde em tuas entranhas!
Rosas te brotarão da boca, se cantares!
Rios te correrão dos olhos, se chorares!
E se, em torno ao teu corpo encantado e nu
Tudo morrer, que importa? A natureza és tu
Agora que és mulher, agora que pecaste!

Ah! Bendito o momento em que me revelaste
O amor com o teu pecado, e a vida com o 'teu crime'
Porque, livre de Deus, redimido e sublime,
Homem fico na terra, à luz dos olhos teus
Terra melhor que o céu!
Homem, maior que Deus!"


Imagem daqui

sábado, 11 de junho de 2011

Fênix

Olá a tod@s,

afirmei que havia voltado mas, blefei. Não por sacanagem, mas porque não deu mesmo... não fluiu e vocês sabem que quando não flui, quando não rola inspiração o texto não sai. Então é melhor ficar quieta, esperar a ressaca da maré passar e seguir... tentando não sair da rota traçada (rota esta que, muitas vezes, eu penso que já me perdi, faz tempo... mas continuo seguindo... na esperança mesmo de seguir avançando no caminho que vai me levar à felicidade).

Eita processo difícil, exigente, dolorido, confuso, pesado... sofrido. Muito sofrido. Que bom que tá passando. Ah! O Universo é mesmo sábio, mais um pouco e eu não aguentaria mais não.

O mundo, às vezes, bota a gente em situações que fazem a gente parar, né? Não é novidade pra ninguém. O ruim é quanto achamos que não vamos sair dessa. Que não tem luz no fim do túnel. Apesar do pesar, felizmente não foi assim dessa vez. Talvez a idade e as idas e vindas da vida já estejam me ajudando a enfrentar as dificuldades e os desafios que vão se apresentando com mais calma e serenidade. Estou feliz por isso. Em outras ocasiões, o medo que já tive foi tamanho que me paralisou. Mas dessa vez ele veio no lugar do pânico, mas não se instalou. Chegou, ainda tem um pouquinho, mas não fez morada. Não mesmo! Ufa!!!

Mas agora estou aqui, cheia de algo bom, que não consigo dar nome, porque não tem nome que caiba esse sentimento que, felizmente, começa a surgir em mim de novo. Ah! Que bom. To feliz só por isso. Algo tão simples, frágil, sem forma, mas cheio de conteúdo que me faz sentir que estou voltando para o meu eixo de novo. Que bom mesmo!

Como diria um querido amigo mineiro, Will (lindo de morrer, de gato... de uma doçura que nunca vi em qualquer outro da espécie masculina... de derreter qualquer coração!) entrei na caverna (apesar desse recurso ser masculino), mergulhei em mim mesma e fui descobrindo minha capacidade (e coragem) para ouvir, silenciar, observar, esperar... Já tô saindo da caverna... ufa!!! Mas tô indo de volta pra minha toca. ‘Inda preciso de colo e sei que só vou encontrar longe daqui. Quero, preciso, sentir-me em casa, acolhida, segura... quero de novo relaxar e me entregar ao descanso e a paz.

Agora o sol tá voltando a esquentar e a brilhar na minha janela. E a esperança volta a brilhar dentro de mim...

Nesse momento, apenas uma palavra: GRATA!


P.S.: Achoq eu eu deveria procurar o Will pra ajudar a derreter o meu coração de novo, né mesmo?

imagem Fênix daqui