terça-feira, 16 de agosto de 2011

A unicidade do ser ou da coragem de ser (só) gente...

Eu cresci ouvindo as pessoas reclamarem que eu falava demais. Durante um tempo eu me irritava muito, especialmente quanto eu tentava explicar que não era nada proposital, que não havia intenção de expor nada... simplesmente as coisas fluiam... e, como eu nunca fui de mentir, quando me perguntavam algo eu respondia... respondia a verdade, jurando que estava fazendo o "certo". Não adiantava muito, eu terminava sendo considerada a errada, apesar da minha fala não ter questões de outras pessoas, mas de coisas minhas... minhas opiniões, como eu olhava o mundo, como via as coisas, como sentia e refletia sobre....

Hoje eu ainda me deparo com pessoas que me fazem muito isso, repreendem-me (não sei bem se a palavra é essa, mas é o que está vindo) pelas coisas que falo, como faço ou simplesmente pelo modo de me vestir. Segundo essas pessoas, eu deveria ter “mais cuidado e reserva”. Acredito que essas pessoas são super-bem-intencionadas, mas queria trazer algumas questões para esta reflexão:

a)      Qual o real sentido do ser certo ou errado? Quem determina isso além de nós?
b)      Devemos ser certos aos olhos de quem?
c)      Como ser certo quando algo nos está aniquilando?
d)     Falar o que se pensa é transgredir ou camuflar (pra não dizer mentir - e se mutilar) pra agradar deve ser a regra?

Falar o que penso, a partir do meu sentir, foi uma decisão tomada há anos. É minha trilha ainda que isso signifique que, muitas vezes, eu fale aquelas coisas que as pessoas não querem ouvir. Mas se não querem ouvir por que perguntam? Eu não entendo isso...

Eu pauto a minha vida na sinceridade e na coerência, e isso não é lá muito fácil. Mas eu considero possível. Eu não estaria sendo eu se fosse de outra forma. Mas não significa que todo mundo deve fazer o mesmo. Entendo que cada pessoa é um ser único e como tal pensa, sente e se expressa de uma forma. Forma esta que pode, ou não, ser igual a minha. E que nem por isso é merecedor de menos respeito do que eu. Penso que cada pessoa é da forma que é e ponto.

Não é fácil ser gente... não é mesmo. Mas se a gente der um crédito às pessoas que pensam diferente de nós, podemos aprender muito. Acredito que com mais respeito a gente consegue criar um mundo muito melhor. Onde a “unicidade (nem sei se essa palavra existe) do ser humano seja a marca maior do encontro.  

Certa vez ouvi que cada ser humano é belo porque cada ser humano é único.

Certa vez eu li que as mulheres (precisam) falam muito porque no diálogo elas exumam suas dores e encontram as respostas para os que as afligem.

Eu vou continuar falando...

"E se me achar esquisita,
respeite também.
Até eu fui obrigada a me respeitar
."
Clarice Lispector

Eu dedico este post de hoje a um novo amigo que não posso dizer o nome dele porque ele é reservado.

flor da resistência daqui

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Da importância de mudar o olhar e o foco

Tenho pensado como é estranho mudar o olhar e procurar os diversos ângulos das situações. Como perdemos tempo e energia olhando apenas para as coisas desagradáveis da vida, numa insistência quase doentia de achar que o mundo gira ao nosso redor. E não que somos nós que giramos ao redor de algo infinitamente maior. Ouvi certa vez que se acontece quatro coisas boas na nossa vida e apenas uma ruim, onde focamos nosso olhar? Justamente naquilo que não deu certo. Sofremos no coração, desprendemos energia vital e nosso corpo adoece.

Isso sem contar que sequer nos permitimos relativizar sobre o conceito do que é dar certo ou dar errado. Dar certo aos olhos de quem? O que deu mesmo errado? Por que algo não saiu do jeito que desejávamos ou planejamos deu errado mesmo? Ou nos equivocamos no nosso processo de feitura do algo escolhido? Enfim...

Penso que precisamos trocar as lentes e exercitar olhar a vida com outros olhos, por outros prismas. Acredito que iremos nos surpreender e perceber o quanto de belo e prazeroso deixamos de ver e sentir só porque estávamos nos negando a olhar verdadeiramente a vida. Nesse sentido proponho um exercício simples que também começarei. Durante o dia vá escrevendo num papel cinco coisas boas que aconteceram. Apenas as coisas boas, que trouxeram alegria, satisfação, prazer e bem estar. Ao final de cada dia leia e perceba como se sente. Depois avalie o seu estado de espírito relembrando todos os acontecimento, inclusive aqueles que você considere ruins e responda: como foi o meu dia? Como ele está findando? Qual o sentimento.

Acredito que todos nós vamos ter uma surpresa prá lá de prazerosa e feliz. Afinal, é importante acreditar que “coisas boas acontecem a pessoas boas” e todos nós somos pessoas prá lá de maravilhosas....

olhar da transformação daqui