Pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos de Sexologia e Geriatria de Curitiba/ PR, onde foram ouvidas 420 mulheres, entre 20 e 50 anos, de diferentes classes sociais, apresentou o seguinte resultado: 60% das mulheres até 30 anos têm dificuldade para atingir o orgasmo, 23% tem frigidez, 18% têm orgasmo clitoriano e não vaginal (só conseguem o ápice sexual através da masturbação), 12% chegam ao orgasmo com um parceiro e não com outro e 15% não têm tesão.
Essa percentagem aumentaria assustadoramente se a pesquisa fosse estendida para todo o país e o sexo oposto também fosse pesquisado. Numa época em que os veículos de comunicação se encarregam de adiantar novas opções de satisfação sexual, o que impede a mulher e o homem de hoje de se realizarem sexualmente?
Na maioria das vezes, problemas de ordem psico-emocional são os causadores dessa ausência de satisfação. Segundo afirma o endocrinologista Alexandre Caldas, pós-graduado em endocrinologia pela PUC/RJ, na mulher a maioria das alterações orgásmicas são de ordem psicológica. “Um trauma, uma iniciação sexual atribulada ou mesmo situações violentas, como é o caso de mulheres vítimas de abuso sexual, em alguma fase da vida”, explica.
No homem, essas disfunções possuem causas psicológicas mais freqüentes quando a idade deles é inferior aos 40 anos. Segundo Caldas, as causas orgânicas correspondem a 80% dos casos em homens acima dos 40. As causas orgânicas acontecem por alguma “falha” dos sistemas vascular, endócrino ou neurológico.
Descoberta - O primeiro passo para resolver o problema é diagnosticar a causa. Isso é feito através de um histórico clínico minucioso do paciente. A seguir, a realização de exame médico geral, avaliação psicológica computadorizada, exames laboratoriais de sangue e urina e dosagens hormonais.
No Núcleo de Estudos de Sexologia e Geriatria de Curitiba, as mulheres são ainda submetidas a exames minuciosos, como a medida de pressão vaginal e a tomada de latência orgástica com aparelho especializado, o eletromiógrafo. A estimulação visual erótica, a dosagem de oligoelementos - como ferro, zinco, selênio e manganês - e a mineralograma, são outras análises feitas no Núcleo. Também fazem parte do tratamento, estudos sobre a anatomia, fisiologia e funcionamento dos órgãos ligados à resposta sexual. São utilizadas técnicas de erotização para descoberta das suas zonas erógenas e as do parceiro usando mãos, cremes, sabonetes ou óleos, seguindo o padrão neurológico.
Especialmente direcionado aos homens com problemas eréteis são realizados os exames potencial elétrico muscular, potencial elevado, fluxometria, falografia, ultra-sonografia, doppler e vibrofalopletismografia. Para a cura é preciso ter, acima de tudo, um bom diagnóstico.
Autocontrole - A terapia sexual é normalmente indicada quando o problema é de ordem psicológica. Ela se utiliza de técnicas e exercícios específicos com o objetivo de tirar a atenção do indivíduo das áreas genitais. “Quando uma pessoa desenvolve uma disfunção, ela fica muito ‘ligada’ nos órgãos genitais. Com a terapia, ela passa a sentir o corpo e percebe que este pode, como um todo, proporcionar prazer”, explica a psicoterapeuta sexual Silvana Melo.
“Quando você percebe que pode ter controle do corpo é um alívio”, afirma Rogério Matias, 39, analista de sistemas. Rogério sofria com a própria ejaculação precoce, mas tinha vergonha de se “expor”. A solução era apelar para as famosas “rapidinhas”, até que encontrou Mariana Rocha, 24, estudante de medicina, que o encorajou a procurar um especialista. Hoje, os dois estão noivos e desfrutam de uma vida sexual mais tranqüila. “Agora, dá para fazer sem a menor pressa, sem se preocupar. Dá até para sentir ela alcançar também”, afirma aliviado.
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