Em busca do prazer

Um número cada vez maior de pessoas não desfruta do prazer

 

Apesar das várias formas de prazer e das inúmeras opções sexuais que foram descobertas, algumas pessoas têm dificuldade em atingir o ápice sexual. É a chamada disfunção orgástica, ou seja, a dificuldade de alcançar o orgasmo na masturbação ou na relação sexual, ou em ambas. Isso pode ser em algumas ocasiões ou em determinadas circunstâncias.

Na mulher, qualifica-se a mais séria delas como a popularmente conhecida frigidez, ou seja, a total incapacidade de atingir orgasmo clitoridiano ou vaginal em qualquer época ou situação. Há mulheres, no entanto, que apresentam uma disfunção orgástica parcial - a dificuldade de atingir o clímax durante a relação sexual. Ela pode ser primária - quando nunca ocorreu orgasmo na relação - ou secundária - quando teve orgasmo vaginal e depois deixou de ter. Existe também a disfunção orgástica situacional, que ocorre quando não se tem orgasmo em determinadas situações.

“Até hoje, só senti prazer uma vez e porque eu estava pensando em outro homem”, lamenta a dona de casa Fátima Regina, 34, casada há 12 anos. Para ela, a realidade da ausência do prazer já virou rotina.  Hoje, Fátima espera o  dia  em  que  tenha coragem de dizer o “não”. “Eu já cansei de tentar, de pedir para ele ser carinhoso, me preparar para o sexo, mas ele nem liga”.

As causas das disfunções são decorrentes de fatores psicológicos, orgânicos ou mistos. Das causas psicológicas, as mais comuns são: traumas de infância ou da primeira relação sexual, ansiedade, complexo de inferioridade entre outros. Entre as causas orgânicas, têm-se como as principais as doenças hormonais, neurológicas, vasculares pélvicas, diabetes, neurites e alterações neurológicas da coluna lombar.

Nos homens, a principal disfunção orgástica é a impotência. Como na mulher, existem causas psicológicas que são mais freqüentes em homens com idade inferior aos 40 anos. Já as orgânicas respondem por 80% dos casos de impotência, em homens acima dos 40 anos. (Ver box)

A ejaculação precoce, ejaculação antes da introdução do pênis na vagina é considerada, hoje em dia, um tipo de impotência. “O homem, fica ansioso e as glândulas liberam adrenalina, fazendo com que ele ejacule antes do tempo”, afirma o médico Alexandre Caldas.

Vale lembrar que a maioria dos casos é resolvida com uma simples conversa. Nem sempre a pessoa tem um problema orgânico, ou seja, ela está passando por uma fase difícil na vida, uma separação ou mesmo problemas no trabalho. “Se o paciente está com o pensamento em algo distante, na hora do sexo, fica difícil sentir prazer. Principalmente quando ele está com algum problema. O importante é relaxar e descobrir que a disfunção sexual tem cura” finaliza Silvana Melo, especialista em Terapia de Casais.

Fonte: Projeto Experimental de conclusão do curso de Jornalismo, pela Universidade Católica de Pernambuco, 1997, da jornalista Rosely Arantes.

 

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